Jeffery Woodke foi libertado após sete anos em cativeiro
Por Thamyris Saldanha em 23.03.23
Jeffery Woodke, um missionário norte-americano que havia sido sequestrado no Níger em outubro de 2016, foi libertado por oficiais dos Estados Unidos após quase sete anos em cativeiro. Woodke liderou o trabalho missionário local e participou de movimentos de ajuda humanitária por 24 anos antes de ser sequestrado. O secretário de Segurança dos Estados Unidos agradeceu ao Níger pela ajuda na libertação de Woodke, e afirmou que o missionário agora poderá voltar para casa, para alegria de seus entes queridos.
A soltura de Woodke não ocorreu no Níger, mas sim em uma região na fronteira entre Burkina Faso e Mali. Os responsáveis pelo sequestro são conhecidos por realizar raptos na região há anos, embora as autoridades não tenham divulgado publicamente o nome do grupo extremista responsável. De acordo com o secretário, os grupos terroristas na região estão se unindo e se sobrepondo, considerando sequestros como uma fonte de dinheiro e poder.
28º em perseguição
De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2023, o Níger está classificado em 28º lugar. Os cristãos locais enfrentam grandes desafios com sequestros e ataques de grupos extremistas islâmicos, como Boko Haram e Estado Islâmico, que têm se expandido em novos territórios no último ano e buscam a eliminação da presença cristã no Níger e em toda a região do Oeste Africano com extrema violência.
A esposa de Jeff, Els, em uma entrevista, acredita que o grupo extremista Estado Islâmico do Grande Saara (IS-GS, em inglês) seja o responsável pelo sequestro. Este grupo é um braço do ISWAP, outro grupo extremista, afiliado à Al-Qaeda. Els e seus dois filhos terão que esperar alguns dias, pois Jeff ainda está sendo transferido para os Estados Unidos, mas a certeza de seu retorno e liberdade já é um consolo para eles.
As autoridades mantêm sigilo sobre o processo de libertação de Jeff, mas garantem que ele receberá cuidados médicos e toda ajuda pós-traumática necessária. Além disso, eles afirmam que o grupo extremista não recebeu nenhum tipo de resgate ou benefício para libertar o missionário.