‘Divulguem os riscos que a maconha causa’, diz médico da USP
Por Débora Barros em 11.09.23
No Supremo Tribunal Federal (STF), está em andamento o julgamento da liberação do porte de maconha para consumo pessoal, e em meio disto um médico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo defende que seja divulgado os potenciais riscos associados ao consumo dessa e de outras drogas.
O médico assistente do Hospital Universitário da USP, João Paulo Lotufo que em sua cruzada contra a liberação do uso da maconha, está em Brasília para participar de uma reunião da Comissão de Drogas Lícitas e Ilícitas com o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça.
“O Supremo está para liberar o porte de pequenas quantidades de maconha, fato que ocorreu em outros países, mas não diminuiu o tráfico, aumentou o consumo e aumentou acidentes por drogas em casa, principalmente por crianças”
Lotufo, médico assistente do Hospital Universitário da USP
O que o médico defende é uma ampla divulgação do risco de uso de maconha, pois estaremos formando uma população com lesão cerebral irreversível, além de outros com doenças psiquiátricas com tratamento ineficaz, pois o uso de drogas LÍCITAS pode levar ao uso de drogas ILÍCITAS e estas levar a drogas mais potentes.
Só Brasil acontecem por ano 150 mil mortes por fumo e 100 mil por álcool e se adicionar as mortes por maconha, crack e drogas sintéticas “estaremos perto ou ultrapassaríamos o número de mortes pela covid-19” afirma o médico que acredita que o uso de diversos tipos de drogas lícitas e ilícitas é uma ‘epidemia’
“Se querem liberar o porte de maconha, que façam ampla divulgação do risco que essa droga pode causar […] o custo das doenças relacionadas ao tabaco supera em três vezes o recolhimento de impostos sobre a venda de cigarros. O mesmo deverá acontecer com a maconha – o interesse financeiro de alguns poucos lesará mais uma vez o nosso sistema de saúde.”
Lotufo, médico assistente do Hospital Universitário da USP