Hinos sob ataque progressistas
Por Marcelo Barros em 22.02.23
O impacto do “politicamente correto” não se limita mais ao campo político ou educacional. Uma prova disso é o aumento dos ataques direcionados aos hinos cristãos tradicionais.
“Politicamente correto” é uma expressão irônica que descreve o que é considerado o “novo normal”. Em outras palavras, é uma regra que deve ser seguida sem questionamentos. A inclusão de termos que se referem à população LGBT+, questões ambientais e raciais são exemplos dessa narrativa.
Os hinos cristãos estão sendo atacados nesse contexto de “patrulha do politicamente correto”. Exemplo disso ocorreu na Igreja de Todos os Santos, em Loughborough, cidade que fica a cerca de 200 quilômetros de Londres, na Inglaterra. Essa igreja se tornou um palco para essa onda ideológica que vai contra a ortodoxia cristã.
Modificaram a letra do hino “God Rest Ye Merry Gentlemen”, que existe há 400 anos e fala sobre o nascimento de Jesus, a alegria dos pastores e de Maria, retirando as referências a Cristo como o salvador e a Satanás. Em vez disso, inseriram referências às “mulheres apagadas pelos homens” e às “pessoas queer”, ou seja, pessoas que não se identificam com um gênero específico. Uma das novas alterações no hino diz:
“Que Deus também traga descanso para vocês, mulheres, que foram apagadas pela história, menosprezadas, subjugadas e deslocadas. Lembre-se de que suas histórias também são acolhidas pela graça de Deus”.
Sam Margrave, membro do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, órgão legislativo da denominação, criticou a mudança no hino da igreja. Ele destacou que a iniciativa vem de pessoas que visam promover uma visão política e ideológica, e não os verdadeiros ensinamentos de Jesus Cristo.
“Estou totalmente indignado que um ato de adoração ao nosso Senhor e Salvador esteja sendo usado para promover uma ideologia política que vai contra os ensinamentos de Jesus”.
No Brasil, houve um caso semelhante que chamou atenção quando o cantor Kleber Lucas questionou a letra do hino “Alvo Mais que a Neve”, sugerindo que ele foi escrito a partir de uma visão racista.
Kleber Lucas teve grande importância nos anos 90 e 2000 com louvores que glorificavam a Deus e uma mensagem de salvação, a alguns anos tem se posicionado de forma progressista, assim como Leonardo Gonçalves.