Agressor Morto em Rouen: França Enfrenta Crescente Onda Antissemita
Por Débora Barros em 20.05.24
Na madrugada de sexta-feira (17), um homem armado com uma faca e uma barra de metal foi morto pela polícia francesa após iniciar um incêndio que destruiu parte interna de uma sinagoga em Rouen, na Normandia. O governo francês afirmou que o incidente foi um ataque “claramente” antissemita, ressaltando a gravidade do ocorrido.
O Ministro do Interior, Gerald Darmanin, revelou que o homem era um cidadão argelino que havia solicitado permissão para permanecer na França para tratamento médico. Após a recusa do pedido, ele foi colocado em uma lista de procurados pela polícia para deportação. Darmanin destacou a importância da ação policial.
Na madrugada de sexta-feira, os bombeiros foram alertados sobre um incêndio na sinagoga. Uma equipe de policiais foi enviada ao local e avistou o homem no telhado do prédio. Quando os agentes se aproximaram, ele reagiu violentamente, correndo em direção a um dos policiais com a faca levantada. O promotor de Rouen, Frédéric Teillet, relatou que o policial disparou cinco tiros, atingindo o homem quatro vezes.
A França, que possui a maior população judaica e muçulmana da Europa, tem enfrentado um aumento no sentimento antissemita, exacerbado pela guerra entre Israel e Hamas. O prefeito de Rouen, Nicolas Mayer-Rossignol, declarou: “Quando a comunidade judaica é atacada, é um ataque à comunidade nacional, um ataque à França, um ataque a todos os cidadãos franceses.” Ele destacou o impacto profundo do ataque na nação.
De acordo com a Associated Press, o interior da sinagoga sofreu danos significativos, com paredes e teto completamente carbonizados. Acredita-se que o agressor tenha usado um contêiner de lixo para subir e lançar “uma espécie de coquetel molotov” dentro do edifício, iniciando o incêndio. Yonathan Arfi, chefe do principal grupo judaico na França, expressou preocupação com o crescente “clima de terror” que os judeus enfrentam no país.
Nos primeiros três meses de 2024, as autoridades registraram 366 atos antissemitas, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme informou o primeiro-ministro da França, Gabriel Attal. Nos últimos três meses de 2023, foram relatados mais de 1.200 atos antissemitas, três vezes mais do que em todo o ano de 2022. Attal alertou: “Estamos testemunhando uma explosão de ódio”, ressaltando a necessidade urgente de combater essa onda crescente de antisemitismo.